domingo, 10 de março de 2013

Breve histórico sobre autismo



Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:

* Inabilidade para interagir socialmente;

* Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;

* Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

O grau de comprometimento é de intensidade variável: vai desde quadros mais leves, como a síndrome
de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em
que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de
comportamento agressivo e retardo mental.

Os estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições
de ordem psicológica alteradas, hipótese que se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a
existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e biológicos.

Sintomas
O autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as
meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados
precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De
acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos:

1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de
movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;

2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o
ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases
inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;

3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que
permite aos portadores levar vida próxima do normal.

Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas
conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação
e auto-suficiência.

Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico. Leva em conta o comprometimento e o histórico do paciente e
norteia-se pelos critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade
Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).

Tratamento
Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem
ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar.

Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado. Cada paciente exige acompanhamento
individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de
medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas.

Recomendações
* Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio
para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;

* É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum
tipo de comunicação com o autista;

* Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o
seu mundo organizado e dentro da rotina;

* Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as
limitações que o distúrbio provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma
instituição que ofereça atendimento mais individualizado;

* Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento
com características de genialidade.

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