Jairo Marques de São Paulo
Os museus de São Paulo vão dispor de uma verba de R$ 1,2 milhão
para tomarem medidas que possibilitem que visitantes com deficiência visual e
auditiva consigam explorar seus acervos de maneira mais completa.
O dinheiro vai poder ser usado na implantação de recursos de
comunicação em acervos temporários ou de longa duração.
Pessoas cegas, por exemplo, precisam de audiodescrição (recurso
que narra com detalhes uma situação, objeto ou cena) ou imagens em relevo para
terem uma melhor compreensão de uma obra.
Os surdos podem precisar de um intérprete de libras --língua
brasileira de sinais-- ou legendas para entenderem com mais desenvoltura
determinada exibição.
A medida faz parte do programa de incentivo à cultura da
Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
O deficiente visual Olavo de Barros interpreta
obra em relevo na Fundação Dorina Nowill.
Vão ser escolhidos 12 projetos que serão contemplados com verbas
que variam de R$ 75 mil a R$ 137,5 mil. Pelo menos quatro deles devem ser do
interior ou do litoral.
Os museus que tiverem suas iniciativas aprovadas vão ter de dar
uma "contrapartida social" ao governo, como garantia de ingressos
gratuitos para idosos ou ações específicas para esse público, entre outras
iniciativas.
Para advogada Thays Martinez, a primeira pessoa cega a garantir
acesso ao metrô de São Paulo com um cão-guia, a medida é importante,
"desde que seja bem realizada".
"É preciso ter muito critério na seleção desses projetos para
que eles sejam mesmo úteis. Há casos em que oportunistas pegam o dinheiro
público e, em troca, oferecem um recurso precário que não ajuda ninguém."
De acordo com a secretaria, os projetos serão avaliados por um
grupo de especialistas do segmento.
As inscrições podem ser feitas até 19 de julho pelo site
www.cultura.sp.gov.br.
O Museu de História da USP concluiu anteontem, após dois meses,
uma reforma de acessibilidade.
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